Na Casa Velha, o 25 de outubro vai ser um dia de celebração, encontro, diálogo e partilha, nos 10 anos da Laudato Si’, com a presença de Elena Lasida e Austen Ivereigh.
O ano de 2015 ficou marcado por dois acontecimentos transformadores na forma como a humanidade é chamada a responder à crise ecológica: a publicação da Laudato Si’ e o Acordo Climático de Paris. A carta encíclica Laudato Si’ − sobre o cuidado da casa comum é a primeira na história centrada no conceito de “ecologia integral” e na urgência de responder à crise social e ambiental do nosso tempo. Com ela, o papa Francisco lançou um apelo forte e urgente a todas as pessoas de boa vontade − para escutarmos “o grito da Terra e o grito dos pobres” e nos comprometermos com uma verdadeira conversão ecológica.
Meses depois, na COP21, e após anos marcados por negociações sem sucesso, os líderes mundiais alcançaram um acordo histórico em Paris, comprometendo os países a limitar o aumento da temperatura média global abaixo de 2 °C, com esforços para não ultrapassar os 1,5 °C. Foi um tempo de esperança e compromisso.
Dez anos passaram. Hoje, o grito da Terra e dos pobres é, ao mesmo tempo, ensurdecedor e ignorado. Vivemos tempos de guerra, violência quotidiana, crises ecológicas e sociais, polarização, indiferença e uma economia que não cuida verdadeiramente de tudo e de todos. As feridas da Criação são visíveis, e profundas. E afetam as nossas relações uns com os outros e com Deus.
Neste cenário, que esperança ainda nos move? A que somos chamadas e chamados hoje? Como pode a fé ser fonte e motor de uma cultura de cuidado?
Apesar dos sinais de “deserto” e de tantas realidades feridas, os frutos destes 10 anos de caminho com a Laudato Si’ são muitos e são motivo de esperança. Em comunidades, organizações e movimentos pelo mundo, cresce o compromisso com a justiça climática, a reconciliação com a criação e a espiritualidade ecológica. Há sementes de futuro a florescer − e há alegria em cuidarmos juntos da Casa Comum.
Além do 10.º aniversário da Laudato Si’, estamos no ano do Jubileu da Esperança na Igreja Católica e em vésperas da cimeira do clima (COP 30) em Belém do Pará, Brasil. Temos grandes desafios pela frente, que exigem correção de rotas e mudanças palpáveis, que determinarão a vida das gerações futuras.

Assim, a Casa Velha, em parceria com a Universidade Católica Portuguesa, a Comissão Nacional Justiça e Paz, o Movimento Laudato Si’, a Companhia de Jesus e as Escravas do Sagrado Coração de Jesus, além da REDE Cuidar da Casa Comum, organiza, no dia 25 de outubro, em Ourém, um encontro com espaço para reflexão, diálogo e testemunhos. Partindo dos 10 anos decorridos, vamos falar do futuro que sonhamos e das dinâmicas que têm vindo a produzir frutos que, embora insuficientes, são incentivos para mais passos no cuidado da criação e na vivência de uma maior fraternidade humana.
São oradores convidados Elena Lasida – economista e professora universitária, que foi a primeira presidente-delegada da Église Verte, em França – e Austen Ivereigh – jornalista que conhecemos sobretudo como biógrafo do papa Francisco.
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