Organizada por jovens de várias confissões cristãs da região de Lisboa, realiza-se no sábado, dia 22, uma vigília de oração que se integra na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

 

A Vigília Ecuménica Jovem realiza-se presencialmente, respeitando as restrições aconselhadas neste tempo de pandemia, e tem simultaneamente transmissão em streaming. Acontece às 21h30, na igreja do Colégio de S. João de Brito, em Lisboa (Metro: Lumiar). A transmissão da vigília será feita na página do facebook do Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa: https://pt-b r.facebook.com/juventudelisboa/. Ficará depois disponível para visualização posterior.

 

Diversidade e acolhimento

O programa Ecclesia, na RTP 2, fez duas entrevistas sobre a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. No dia 17 de janeiro, a conversa abordou as experiências de diálogo ecuménico, com a participação da presbítera Abilene Fischer, da Igreja Lusitana, e de João Luís Fontes, do Fórum Ecuménico Jovem e que integra a comissão executiva da REDE.

Abilene Fischer explicou o sentido da estrela – “Vimos a sua estrela…”:

A estrela significa que nós não estamos sozinhos. É uma presença, é um símbolo de esperança. É um tema muito rico porque indica que nós sairemos deste momento escuro e temos a esperança de que chegamos ao nosso destino e não caminhamos sozinhos, caminhamos em comunidade, em ecumenicidade.

João Luís Fontes salientou que a estrela sobretudo aponta um caminho para Cristo, à luz da esperança que vem de Cristo, mas que também tem sombras, como o próprio texto mostra. Do mesmo modo, também o diálogo ecuménico não é um caminho fácil, mas, quanto mais nos aproximamos de Cristo, mais nos aproximamos uns dos outros. Para a presbítera  da Igreja Lusitana, «os magos simbolizam essa diversidade no corpo de Cristo, diversidade no mundo que tanto nos enriquece.» E João Luís Fontes desenvolveu a ideia das procuras e da diversidade e do acolhimento:

[…] este acolhimento no Menino de todas as procuras, ou seja, não apenas nesta dimensão ecuménica no sentido da diversidade das experiências da fé e no dizer Cristo na diversidade dos caminhos históricos e das culturas, mas também o acolhimento que, se calhar, nós, enquanto Igreja e na nossa pluralidade, somos chamados a fazer das muitas procuras, muitas vezes das procuras mais à margem, das procuras que não são tão acolhidas, de percebermos que em Deus todas elas têm uma resposta e um acolhimento.

A quem é revelado em primeiro lugar o mistério do nascimento de Cristo é aos pastores, àqueles que estão à margem; é aos magos, outros que estão à margem do Povo Eleito; e de facto quem antagoniza são aqueles que em primeiro lugar deviam saber acolher e reconhecer esse Mistério.

O percurso de Jesus é este percurso sempre, de integrar, de acolher, de abater barreiras, do reconhecer mesmo nas vidas mais sofridas a procura profunda do amar do ser amado, a procura profunda do sentido. E por isso o sentido das Igrejas deve ser sempre o de partir, de partir para as margens, de acolher, de integrar, de não levantar barreiras.

Foi referido ainda o projecto Eco-Igrejas, promovido pela Rocha-Portugal em conjunto com o Copic, a Aliança Evangélica, a REDE e a Conferência Episcopal Portuguesa. E João Luís Fontes apontou um horizonte mais abrangente: «A REDE sempre quis ter, de facto, esta possibilidade de abertura, ser inclusiva, quer para as outras expressões do viver cristão, quer inclusive para outras expressões religiosas, ou mesmo para não crentes, que estejam sensíveis a esta preocupação pela criação, evidentemente nunca ocultando, mas em sinceridade, a matriz cristã da proposta que é feita.»

 

O diálogo entre as confissões religiosas

Ainda no âmbito da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, a Ecclesia conversou com o director do Departamento das Relações Ecuménicas e Diálogo Inter-Religioso do Patriarcado de Lisboa. O padre Peter Stilwell afirma que o diálogo entre as confissões religiosas tem crescido, admitindo que talvez se deva também ao “ecumenismo do sangue”, como lhe chama o Papa: «O cristianismo acaba por ser, actualmente, a religião que sofre mais perseguições e para aqueles que as fazem é indiferente que seja católico, protestante, ortodoxo ou evangélico. Sente-se na carne, localmente, que há um mesmo sofrimento por causa da adesão a Jesus Cristo.»

A entrevista foca outros aspectos, como o diálogo inter-religioso, lembrando passos importantes que Francisco tem dado, construindo pontes e espalhando sementes de paz e de fraternidade.

 

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