É um logro pensar que a tranquilidade nos pode vir da falsa paz da indiferença, pois a verdadeira paz está no dom de si.

 

«Jesus afixou nos corações humanos um manifesto político incisivo e concreto», diz-nos D. Erio Castellucci, bispo de Modena-Nonantola, Itália. A compaixão servirá de guia, dado que só acolhendo a fragilidade do outro, «posso ajudar sem mortificação, dar uma mão sem apontar o dedo».

O bispo de Modena-Nonantola fala da política com “P” maiúsculo e do bem comum e cita Pio XI para recordar o conceito de “caridade política”, que «para os cristãos é um dever fundado no Evangelho», tão claro e directo como enunciam as obras de misericórdia.

O grito da terra e o grito do pobre é muitas vezes sufocado pela indiferença e emudecido pela confusão. Para o ouvir, para o distinguir entre as muitas vozes, é necessário um coração capaz de “compaixão”, como o de Jesus; é necessária uma alma “política”, capaz de abrir-se aos outros, de sair da sua jaula interior e entrar nas fragilidades dos irmãos. “Político”, neste sentido, é o contrário de “monolítico”, que significa fechado em si mesmo, rígido como uma rocha na sua própria situação.

O texto integral foi publicado pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.

 

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