Pode-se descrever assim o entendimento do climatologista H.-O. Pörtner, do IPCC, sobre as alterações climáticas e o que urge fazer.

 

«As alterações climáticas e os seus impactos estão aqui e toda a gente os está a sentir. Estamos a mover-nos para o lado das soluções e o nosso trabalho é muito pelo lado da adaptação», explica Hans-Otto Pörtner que é especialista em oceanos. «Colocarmos questões como: de quanto ar condicionado precisamos? Quanto é necessário elevar certas construções para as proteger da subida das águas? Vamos ajudar os governos a melhorarem as suas estruturas para implementar as medidas necessárias e este trabalho será conjugado com o de grupos que estão a olhar para a mitigação, focados na redução de emissões.»

Este investigador alemão, que falou ao Público numa entrevista telefónica, é co-presidente do Grupo II do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) das Nações Unidas. Por estes dias (até sábado, 1 de Fevereiro) cerca de 260 especialistas estão reunidos no Algarve, para preparar o seu sexto relatório de avaliação.

«Ninguém está isento dos impactos das alterações climáticas e todos têm de participar. Não há nenhuma justificação para qualquer país dizer “nós vamos retirar-nos disto”», afirma sem hesitar, adiantando até que deve haver sanções para quem não colaborar no esforço conjunto, tanto mais que há implicações que põem em causa os direitos humanos.

E deixa uma nota animadora: «As boas notícias são que podemos travar as alterações climáticas. Elas são causadas pelo homem e devemos fazer tudo o que pudermos para as abrandar. Temos tempo para construir um mundo sustentável. Temos este aviso prévio, o que precisamos é de agir com urgência. Se continuarmos à espera, só vai piorar.»

Encontra aqui o artigo do Público.

 

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