O Vaticano volta a pedir soluções assumidas em conjunto por todos os países. Em Portugal são muitas as dificuldades que encontram os refugiados.

 

Vaticano apela às nações a favor dos refugiados

Foto ACI digital

A Santa Sé renovou o apelo a que se encontrem soluções partilhadas entre nações para a crise dos refugiados, não somente para hoje, mas também para o futuro.

O representante do Vaticano junto das Nações Unidas em Genebra, o arcebispo esloveno D. Ivan Jurkovič, repetiu o apelo a que sejam assumidas por todos os países obrigações e responsabilidades relativamente à tragédia persistente dos migrantes e refugiados. Falava no Fórum Global da ONU sobre refugiados, que se realizou em 18 de Dezembro na Suíça.

É urgente encontrar “soluções partilhadas não somente para hoje, mas também para o futuro”, frisou, lembrando que todas as nações “partilham um destino comum e uma casa comum”.

«Segundo a Santa Sé, a cooperação internacional não pode limitar-se à alocação de recursos financeiros, mas ‘é preciso um empenho complementar pela reinserção e reintegração também por parte dos Estados doadores’.»

Notícia completa no Vatican News.

 

Migrantes em Portugal têm vida dificultada

O Dia Internacional dos Migrantes, 18 de Dezembro, celebra-se no mesmo dia em que, em 1990, foi adoptada pelas Nações Unidas a Convenção Internacional sobre a protecção dos direitos de todos os trabalhadores migrantes e membros de suas famílias.

Este ano o Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) publicou nessa data um Livro Branco em que recomenda ao Governo português medidas para superar os entraves que os imigrantes enfrentam.

«Portugal é um exemplo na Europa de vontade política e civil de acolhimento. Acreditamos, no entanto, que não basta que o Estado português receba os refugiados e os imigrantes no seu território. É preciso, também, potenciar a sua plena integração, garantindo dignidade e igualdade», declara o documento.

Segundo a JRS, os cidadãos estrangeiros “ainda sofrem” muitas limitações no exercício de direitos fundamentais, “causadas pelo tratamento desigual da Lei e pela incompetência dos serviços públicos” e assinala que o “maior e mais grave obstáculo à integração é o estado de ruptura do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras”, como noticia a agência Ecclesia.

Também a Cáritas aproveitou a efeméride para tomar posição defendendo que é preciso “reafirmar e promover os direitos dos migrantes”. Com a Cáritas Europa, pediu à nova Comissão Europeia que “promova políticas que melhorem e facilitem o potencial das migrações” para contribuir para o “desenvolvimento sustentável em todo o mundo”.

Lembrou o estudo, elaborado este ano, Casa Comum – Migrações e Desenvolvimento em Portugal, que salienta os fortes vínculos entre migração e desenvolvimento.

 

Um colete na cruz

O papa Francisco recebeu, no dia 19 de Dezembro, no Vaticano, um grupo de refugiados, vindo da ilha de Lesbos, Grécia. Junto a uma parede da sala encontrava-se uma cruz com um colete de salvação que pertencera a um migrante que morreu afogado.

Na ocasião, Francisco fez notar que “é a injustiça que os obriga a atravessar desertos e sofrer abusos e torturas em campos de detenção” e é também “a injustiça que os rejeita e os faz morrer no mar”. E afirmou o “empenho da Igreja em salvar a vida dos migrantes, para os poder acolher, proteger e promover a sua integração”. Ler mais: 7 Margens.

 

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