É de 14 de Maio de 1971 a Carta Apostólica Octogesima Adveniens do papa Paulo VI, que já então alertava para os danos infligidos pelo homem ao meio ambiente.

A Octogesima Adveniens, que assinalava o 80.º aniversário da  encíclica Rerum Novarum, era dirigida ao presidente do Conselho dos Leigos e da Pontifícia Comissão Justiça e Paz. E o seu número 21, com o subtítulo “O meio ambiente”, aponta que não é só o ambiente natural que se torna uma ameaça, mas também «o quadro humano que o homem não consegue dominar». Volvidos 48 anos, as «percepções novas» ali referidas são uma evidência.

O meio ambiente

À medida que o horizonte do homem assim se modifica, a partir das imagens que se seleccionam para ele, uma outra transformação começa a fazer-se sentir, consequência tão dramática quanto inesperada da actividade humana. De um momento para outro, o homem toma consciência dela: por motivo da exploração inconsiderada da natureza, começa a correr o risco de a destruir e de vir a ser, também ele, vítima dessa degradação. Não só já o ambiente material se torna uma ameaça permanente – poluições e resíduos, novas doenças, poder destruidor absoluto –, é mesmo o quadro humano que o homem não consegue dominar, criando assim, para o dia de amanhã, um ambiente global, que poderá tornar-se-lhe insuportável. Problema social de envergadura, este, que diz respeito à inteira família humana.

O cristão deve voltar-se para estas percepções novas, para assumir a responsabilidade, juntamente com os outros homens, por um destino, na realidade, já comum.

(Paulo VI, Carta apostólica Octogesima Adveniens, 21; 14 maio 1971)

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