Mais umas sugestões para ler e reflectir, incidindo em diferentes vertentes da ecologia integral, para alargar a consciência do todo a que pertencemos e discernir o que fazer.

 

Pour une écclésiologie écologique, Andreas Gonçalves Lind;

Viver na cidade, Luísa Ribeiro Ferreira;

A ecoteologia leva-nos muito mais longe, José Brissos-Lino;

Refugiados climáticos, Manuel Cartaxo.

 

Pour une écclésiologie écologique

Este livro, em francês, de Andreas Gonçalves Lind, foi lançado recentemente. «Esta obra é muito profunda na análise do pensamento de Teilhard, relacionando-o com a questão ambiental como vista na Laudato Si’ e termina com um capítulo onde a “conversão ecológica” ali enaltecida vem eclesiologicamente muito bem exposta», escreveu António Paixão, da Assoc. dos Amigos de Teilhard de Chardin, que recomenda vivamente a sua leitura.

Encontram-se mais informações na newsletter daquela associação (procurar:  Publicações; no estrangeiro), nomeadamente as indicações para adquirir o livro.

 

Viver na cidade

«A cidade é uma grande casa, que simultaneamente se nos apresenta como um lugar de convivência, de conflito e de solidão.» (L.R.F.)

Este texto de Luísa Ribeiro Ferreira, publicado recentemente no 7 Margens, deixa pistas que suscitam uma reflexão oportuna, nomeadamente por parte dos que vivem em meio urbano, para que esse viver não seja apenas algo que acontece, mas antes um exercício de cidadania.

A autora também remete para a encíclica Laudato Si’ e a noção de ecologia integral:

Embora não enfatize particularmente a vida na cidade, a encíclica Laudato Si’ inclui-a também na sua proposta de uma ecologia integral, alertando para o bem estar e para a fruição estética dos lugares, fomentando a convivialidade e a aceitação de outros modos de ser e de estar. Porque a variedade das populações das grandes urbes contemporâneas é muitas vezes experienciada como uma fonte de medos, sendo cada vez mais um factor de impedimento de um coabitar pacífico.

Texto na íntegra aqui.

 

A ecoteologia leva-nos muito mais longe

Maltratar a criação é um atentado contra o Criador e priva as gerações presentes e futuras de usufruírem da sua beleza. E há a ecologia humana…

José Brissos-Lino, num texto publicado no 7 Margens – “Os humanos e a Natureza: uma relação dialógica” –, afirma que a ecoteologia vai muito para além da questão de os recursos se esgotarem. «Se a Natureza é obra divina, é importante e deve ser preservada, muito mais a própria Humanidade». E, aponta, muitos pecados sociais em termos de ecologia humana. Importa manter uma relação dialógica com o planeta, diz, «mas sem esquecer o primado da pessoa humana».

 

Refugiados climáticos

Refugiados climáticos? Todos percebemos o que são, mas «a sua protecção não se enquadra em nenhum tratado internacional ou acordo».

«Embora não exista uma definição jurídica uniforme e cristalizada, pode-se dizer que refugiados climáticos são pessoas forçadas a moverem-se devido a condições climatéricas adversas», escreve Manuel Cartaxo, numa crónica no Público.

É mais que tempo de encarar a questão de forma objectiva, deixando de lado, ao menos temporariamente, opiniões que se prendem com interesses políticos ou outros, de curto prazo. Mesmo a Europa em breve poderá ver zonas muito povoadas prestes a ficarem submersas. O texto deixa alguns alertas, não se trata de um problema longínquo.

Em termos de deslocamento induzido pelo clima e pelas alterações climáticas, a Organização Internacional para as Migrações projecta entre 200 milhões a mil milhões de pessoas até 2050.

Num futuro mais próximo do que esperamos, nós europeus, nós ocidentais, nós poderosos, iremos necessitar deste mesmo refúgio tão clamado. Pois, no momento da verdade, a Natureza não olha a raça, credo, nacionalidade, sexo ou poder.

 

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