Falar dos jovens “arrumando-os” no futuro é, no mínimo, uma falácia. Senão, veja-se como estão a fazer-se ouvir, e prometem não parar. O papa Francisco claramente conta com eles.

 

A greve mundial pelo clima, a exigir dos políticos medidas concretas em defesa do Planeta, fez desfilar no dia 15 de Março, pelas ruas de cidades de todo o mundo, multidões de estudantes inconformados  [ler mais aqui] . A “causa” dos jovens é sucintamente enunciada por Greta Thunberg, a grande inspiradora destas manifestações, agora nomeada para o Nobel da Paz:

Nós, os jovens, não contribuímos para esta crise. Acabamos de chegar a este mundo e, de repente, há uma crise diante de nós, com a qual teremos de conviver para o resto das nossas vidas, junto aos nossos filhos e netos e todas as futuras gerações. Não vamos aceitar isto. Não vamos deixar que isso aconteça e é por isso que estamos a protestar. Estamos a protestar porque queremos um futuro e vamos continuar.

O papa Francisco, na sequência da greve mundial, declarou que eles são o presente, «o agora de Deus», repetindo o que lhes dissera em Janeiro, no final das Jornadas Mundiais da Juventude, no Panamá. Atribuiu-lhes um protagonismo responsável, trabalhando para construir, mesmo que cometam erros.

«Vimos como por estes dias os jovens de diversas cidades do mundo saírem à rua para defender o ambiente, para defender a Terra. Os jovens têm um poder inimaginável, são criativos», afirmou o papa Francisco, insistindo na necessidade de fazer alavanca da sua criatividade, de não os domesticar. «Eles não são o futuro», acrescentou, «são o presente, o hoje, o agora de Deus. Devemos corrigir esta expressão.» Por isso, lançou um alerta: protestar bem, fazer valer, fazer valer as suas próprias razões, mas o protesto sozinho não basta, é necessário construir. E quando se trabalha para fazer alguma coisa em conjunto, para construir, é possível que se cometam milhares de erros, mas, exortou o Papa, «é melhor cometer erros a fazer alguma coisa do que cometê-los estando de braços cruzados».

[Fonte: https://www.vaticannews.va/it/papa/news/2019-03/papa-francesco-scholas-occurrentes-giovani-rete-dialogo.html]

 

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