A mensagem do Papa sobre o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação estende este dia a todo o Tempo da Criação.

 

A mensagem de Francisco começa lembrando-nos uma verdade simples que deve condicionar a nossa atitude perante essa dádiva fantástica ‒ «Deus viu que era coisa boa» (Gn 1, 25). O Criador gostou da sua obra e entregou-a à criatura privilegiada que somos nós para que tomássemos conta dela.

Mas, ao fim de algum tempo, subvertemos o plano amoroso do Criador:

Egoísmos e interesses fizeram deste lugar de encontro e partilha, que é a criação, um palco de rivalidades e confrontos. Assim, colocou-se em perigo o próprio ambiente: coisa boa aos olhos de Deus, torna-se coisa explorável nas mãos humanas.

Agora, não se pode adiar mais tomar medidas para enfrentar a «emergência climática, que ameaça gravemente a natureza e a vida, inclusive a nossa».

Na raiz de tudo, o facto de termos esquecido quem somos: criaturas à imagem de Deus (cf. Gn 1, 26-27), chamadas a habitar como irmãos e irmãs a mesma casa comum. Não fomos criados para ser indivíduos que se assenhoreiam; fomos pensados e queridos no centro duma rede da vida constituída por milhões de espécies, amorosamente unidas por nosso intermédio ao Criador. É hora de redescobrir a nossa vocação de filhos de Deus, irmãos entre nós, cuidadores da criação. É tempo de arrepender-se e converter-se, de voltar às raízes: somos as criaturas predilectas de Deus, que, na sua bondade, nos chama a amar a vida e a vivê-la em comunhão, conectados com a criação.

Então, Francisco propõe o «Tempo da Criação: um período de oração mais intensa e de acção em benefício da casa comum», nascido ecuménico, aproximando-nos mais dos irmãos e irmãs das várias confissões cristãs. E faz uma sugestão: «habituarmo-nos a rezar imersos na natureza, onde espontaneamente nasce a gratidão a Deus criador», pois, como dizia S. Boaventura, cada criatura foi-nos dada como uma palavra de Deus.  A criação, disse o Papa recentemente, pode-se dizer que é “a rede social de Deus”.

De subinhar também:

  • Este é o tempo para reflectir sobre os nossos estilos de vida;
  • Optemos por mudar, assumir estilos de vida mais simples e respeitadores!
  • Este é o tempo de empreender acções proféticas
  • Os jovens lembram-nos que a terra não é um bem para se dissipar, mas herança a transmitir;
  • A eles, devemos respostas verdadeiras, não palavras vazias; factos, não ilusões;
  • é um dever que requer acções concretas.

E a  terminar:

Vêm-me à mente as palavras que Moisés proclamou ao povo como uma espécie de testamento espiritual, antes de entrar na Terra Prometida: «Escolhe a vida para viveres, tu e a tua descendência» (Dt 30, 19).

Escolhamos a vida!

Cada fiel cristão, cada membro da família humana pode contribuir para tecer, como um fio subtil, mas único e indispensável, a rede da vida que a todos abraça. Sintamo-nos implicados e responsáveis por tomar a peito, com a oração e o compromisso, o cuidado da criação. Deus, amante da vida (cf. Sb 11, 26), nos dê a coragem de realizar o bem, sem esperar que sejam outros a começar, sem esperar que seja demasiado tarde.

Texto completo aqui.

 

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