No seguimento do encontro #NotAlone, temos dois textos que vale a pena ler ou reler para reforçar o propósito de «viver as nossas relações com base na fraternidade».

 

GennaroLeonardi-Pixabay

Durante o encontro do dia 10 de Junho, juntaram-se mais de 30 prémios Nobel da Paz e apresentaram uma Declaração sobre a Fraternidade Humana.  Por seu lado, o papa Francisco, que se encontrava internado no hospital após uma cirurgia, enviou uma mensagem que foi lida aos microfones e difundida, já que o evento foi transmitido pela televisão italiana e podia ser acompanhado no Youtube.

Na Declaração, os nobel da Paz, inspirados na encíclica Fratelli Tutti e unidos ao papa Francisco, expressam o desejo de «viver juntos, como irmãos e irmãs, no Jardim que é a Terra». «Queremos gritar ao mundo em nome da fraternidade: Não mais a guerra! Seja a paz, a justiça, a igualdade a guiar o destino de toda a humanidade», proclamam. E nesse sentido, sugerem que os países criem «ministérios de Paz»!

A fim de fazer crescer a fraternidade pessoal, enraizada no coração, escolhem cinco ingredientes: a compaixão, a partilha, a generosidade, a sobriedade e a responsabilidade, lembrando que a fraternidade espiritual começa por nós.

Afirmam também que «a fraternidade social, que reconhece a igualdade de dignidade para todos, fomenta a amizade e a pertença, promove educação, a igualdade de oportunidades, condições de trabalho digno e a justiça social, o acolhimento, a solidariedade e a cooperação, a economia solidária e uma transição ecológica justa, uma agricultura sustentável que assegure o acesso à alimentação para todos, para promover relações harmoniosas baseadas no respeito mútuo e na preocupação com o bem-estar de todos».

Aspiram a uma «fraternidade ambiental, fazer as pazes com a natureza», pois estão interdependentes «o destino do mundo, o cuidado da criação, a harmonia da natureza e estilos de vida sustentáveis».

Terminam expressando um apelo: «Que os nossos filhos, o nosso futuro, possam prosperar num mundo de paz, justiça e igualdade, em benefício da única família humana: só a fraternidade cria humanidade.»

O texto integral da Declaração sobre a Fraternidade Humana encontra-se aqui.

Para o Papa – que constantemente expressa a sua dor perante tantas guerras fratricidas –, sob a protecção do Céu, havíamos todos de caminhar juntos como irmãos, por toda a Terra. Mas a realidade é outra e reclama «uma grande aliança espiritual e social», e não apenas uns «meros retoques». Francisco recomenda atitudes concretas para que a fraternidade leve a uma cultura de paz:

«Ao regressar a casa, pensemos no gesto concreto de fraternidade que havemos de fazer: reconciliar-nos em família, com os amigos ou vizinhos, rezar por quem nos fez mal, identificar e socorrer quem passa necessidade, oferecer uma palavra de paz na escola, na universidade ou na vida social, ungir de proximidade alguém que se sinta só…»

Ver no outro um irmão é «emancipar-se da pobreza de se julgar no mundo como filho único», declara o Papa, que termina sugerindo «uma imagem, a do abraço», pois «a paz precisa de fraternidade, e a fraternidade precisa de encontro».

O texto integral da mensagem do papa Francisco ao encontro #NotAlone encontra-se aqui.

 

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