Foi a 4 de fevereiro (2019) que foi assinado o documento sobre a Fraternidade Humana e a data tornou-se o Dia Internacional da Fraternidade Humana.
O Dia Internacional da Fraternidade Humana foi criado pela Assembleia Geral das Nações Unidas precisamente quando o mundo enfrentava a crise da pandemia da Covid-19. Nos tempos conturbados do presente, a ONU sublinha a importância de se comprenderem as diferentes culturas, religiões e credos, a fim de se promover a tolerância, «que inclui a aceitação social do que é diferente». E salienta ainda o papel importante da educação e da escola no sentido de «combater a discriminação baseada na religião».
Na sua mensagem para o Dia da Fraternidade Humana, o secretário-geral, António Guterres, sublinha os graves problemas que afectam grande parte da população mundial, entre tremendas carências e conflitos e agressões de proporções terríveis, e apela a uma outra atitude de todos – «Vamos reconhecer a nossa diversidade como uma riqueza que nos fortalece a todos» – e à solidariedade que conduza a «um mundo mais inclusivo, pacífico e justo para todos».
O Papa emitiu também uma videomensagem para o Dia da Fraternidade. Francisco convida todas as pessoas de boa vontade a juntarem-se: «Todos nós vivemos sob o mesmo céu. Hoje é o momento oportuno para caminharmos juntos.» E é muito assertivo: «Hoje, repito, não é tempo de indiferença: ou somos irmãos ou tudo desmorona. E esta não é uma expressão meramente literária da tragédia, não, é a verdade! Ou somos irmãos ou tudo desmorona, vemos isso em pequenas guerras, nesta terceira guerra mundial em pedaços, como os povos são destruídos, como as crianças não têm o que comer, como a educação cai… É destruição. Ou somos irmãos ou tudo desmorona.» Dirigindo-se a todos, irmãs e irmãos, e especificamente ao grande imã Ahmed Al-Tayyeb, reconhece que «o caminho da fraternidade é longo, é um caminho difícil, mas é a tábua de salvação para a humanidade».
O grande imã Al-Tayyeb interveio, como o papa Francisco, num evento que o Vaticano e os Emirados Árabes Unidos promoveram na Expo Dubai: “Mesa-Redonda para a Fraternidade Humana e a Aliança Mundial para a Tolerância”. O grande imã de Al-Azhar elogiou os que trabalham pela paz, apesar da pandemia, e afirmou: «Esta celebração significa a busca de um mundo melhor, em que prevaleça o espírito de tolerância, fraternidade, solidariedade e colaboração.» (Ver mais aqui.)
O Documento sobre a Fraternidade Humana em prol da paz mundial e da convivência comum é um apelo a uma mudança de rumo: «Não há alternativa: ou construiremos juntos o futuro ou não haverá futuro.» Subscreveram-no juntos o papa Francisco e o grande imã al-Tayyeb, no dia 4 de fevereiro de 2019, em Abu Dabhi.
Conforme explica a Ecclesia, em 2011 foi criada pela Assembleia Geral da ONU a Semana Mundial da Harmonia Inter-Religiosa, que decorre de 1 a 7 de fevereiro, de modo que se integrou nessa semana o Dia da Fraternidade Humana. “Fé e liderança espiritual para combater o estigma e o conflito durante a recuperação da pandemia” é o tema deste ano. Pretende-se assim «promover o diálogo e a compreensão entre os seguidores de diferentes religiões, a fim de reforçar a harmonia inter-religiosa e a cooperação entre os povos».
No instagram encontra-se uma mensagem das Nações Unidas para esta semana: «O respeito mútuo, a aceitação e a tolerância são o único caminho possível para um futuro mais próspero para a humanidade».