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Celebra-se a 20 de Junho o Dia Mundial do Refugiado, instituído pela ONU no princípio do século (2000). Lamentavelmente, verifica-se que tem aumentado o número de pessoas que se vêem forçadas a abandonar a sua terra, a família e a comunidade a que pertenciam, o seu modo de vida. E, cada vez mais, o motivo destas tragédias sociais está nas alterações climáticas. O papa Francisco chamou a atenção, na encíclica Laudato Si’, para o facto de serem as populações mais pobres as primeiras a sofrerem os efeitos da degradação ambiental:

Muitos pobres vivem em lugares particularmente afectados por fenómenos relacionados com o aquecimento, e os seus meios de subsistência dependem fortemente das reservas naturais e dos chamados serviços do ecossistema como a agricultura, a pesca e os recursos florestais. Não possuem outras disponibilidades económicas nem outros recursos que lhes permitam adaptar-se aos impactos climáticos ou enfrentar situações catastróficas, e gozam de reduzido acesso a serviços sociais e de protecção.

Mas o que mais deve fazer-nos pensar é o que Francisco diz a seguir:

É trágico o aumento de emigrantes em fuga da miséria agravada pela degradação ambiental, que, não sendo reconhecidos como refugiados nas convenções internacionais, carregam o peso da sua vida abandonada sem qualquer tutela normativa. Infelizmente, verifica-se uma indiferença geral perante estas tragédias, que estão acontecendo agora mesmo em diferentes partes do mundo. A falta de reacções diante destes dramas dos nossos irmãos e irmãs é um sinal da perda do sentido de responsabilidade pelos nossos semelhantes, sobre o qual se funda toda a sociedade civil. (LS 25)

E precisamente neste dia 20 de Junho o Parlamento húngaro aprovou a criminalização de se prestar auxílio a quem entre no país sem documentos legais – mesmo que para pedir asilo.

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