O tema da mensagem do Papa para o Dia do Migrante e do Refugiado é “Rumo a um nós cada vez maior”, «um horizonte para o nosso caminho comum neste mundo».

 

Francisco relembra a encíclica Fratelli Tutti – «oxalá já não existam “os outros”, mas apenas um “nós”» (35) –, onde foi buscar o fio condutor da sua mensagem para o 107.º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado.

[A barca com os migrantes, de Timothy Schmalz, na Praça de São Pedro]

Fomos criados para ser “nós”, como se vê no Genesis, que nos dá a conhecer o projecto criador de Deus. No entanto, «o tempo presente mostra-nos que o nós querido por Deus está dilacerado e dividido, ferido e desfigurado», alerta Francisco, destacando mais uma vez que «o preço mais alto é pago por aqueles que mais facilmente se podem tornar os outros: os estrangeiros, os migrantes, os marginalizados, que habitam as periferias existenciais». Por isso, o Papa vinca a responsabilidade dos católicos, antes de mais:

Hoje, a Igreja é chamada a sair pelas estradas das periferias existenciais para cuidar de quem está ferido e procurar quem anda extraviado, sem preconceitos nem medo, sem proselitismo, mas pronta a ampliar a sua tenda para acolher a todos. Entre os habitantes das periferias existenciais, encontraremos muitos migrantes e refugiados, deslocados e vítimas de tráfico humano, aos quais o Senhor deseja que seja manifestado o seu amor e anunciada a sua salvação.

«O futuro das nossas sociedades é um futuro “a cores”, enriquecido pela diversidade e pelas relações interculturais», diz Francisco. E termina, convidando-nos, mais uma vez, a sonhar:

Somos chamados a sonhar juntos. Não devemos ter medo de sonhar e de o fazer juntos como uma única humanidade, como companheiros da mesma viagem, como filhos e filhas desta mesma terra que é a nossa Casa comum, todos irmãs e irmãos (cf. Fratelli tutti, 8).

 

Depois do Angelus, na manhã deste último domingo de setembro (ver também notícia da Ecclesia), o Papa recomendou de novo:

Hoje celebramos o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que este ano tem como tema “Por um nós cada vez maior”. É preciso caminhar juntos, sem preconceitos e sem medo, colocando-nos ao lado dos mais vulneráveis: migrantes, refugiados, deslocados, vítimas do tráfico e abandonados. Somos chamados a construir um mundo cada vez mais inclusivo que não exclui ninguém.

O Dicastério para o Desenvolvimento Humano tem uma Secção Migrantes e Refugiados, que é liderada pelo papa Francisco e tem como objectivo ajudar a Igreja a acompanhar os refugiados, quem é forçado a migrar ou é vítima do tráfico humano.

Num vídeo publicado para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, escutamos o testemunho de duas jovens que explicam como o apoio recebido foi uma surpresa que mudou as suas vidas.

 

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